terça-feira, 2 de julho de 2013

Rascunho, achei no porão

"E hoje, era como o porão. Cheia de lembranças mortas, de coisas velhas, gastas pelo nada. Deixou o tempo correr trancada no seu porão interno, com medo, talvez fosse por isso que não gostava de entrar lá, no porão do espelho..." Novos talentos da literatura 2.

Ontem guardei um porta retrato dentro do porão, quer dizer no início eu pensei em guardar somente a foto que havia nele, mas não podia deixar a vista nada que me trouxesse a imagem daquela foto. Na semana passada também fui ao porão, mais não fui guardar nada e sim procurar algo, eu não sabia bem o que eu queria encontrar, mais eu senti que precisava. E quando me dou com os olhos fitos naquele baú e caixas encobertos de teias e poeira, e repentinamente uma dor me corrói e aflige meu coração, no mesmo instante sinto uma vontade palpitante de sair correndo, mais algo me prende ali, no porão friorento. Olho para aquelas coisas velhas, penso em toca-las, mas é perturbante, não sei o que posso encontrar, tenho razões para evitar um provável constrangimento. Este porão está dentro de mim, se é que isso te faz compreender melhor  eu o construí, e guardei o que quis e o que não quis também. De vez em quando entro nele sem querer, e contra a minha vontade meu pensamento abre os baús e caixas velhas que guardam minhas piores lembranças que passam como filmes, os quais possuem vida própria e invadem minha mente e me fazem chorar. Eu não queria ter um porão, eu não queria guardar nada lá, eu só queria que tudo estivesse aqui do lado de fora, no meu jardim da vida, em forma de borboletas coloridas que voam como os sonhos ou simplesmente como flores com cores de felicidade.

sábado, 27 de abril de 2013

Sou eu

Eu estou chegando
Mundando o dia
Se uma brisa fria te tocar,
sou eu.

Eu estou chegando.
A noite faço bem mais fria.
O som do vento,
sou eu.

Eu estou chegando.
Alguém disse que trago esperança
e trago.
Se quiseres te darei boas notícias
não espere eu ir pra acreditar,
que o autor daquele ar,
sou eu.

Eu estou em qualquer lugar
se quiseres estou lá.
Estou chegando.
Se pensares em me chamar,
clame: Inverno!
e eu vou escutar.

Ana Kelly Sampaio

A incapacidade da amizade

E essa lágrima no olhar,
Minha amiga o que tens?
Onde está o teu falar?

Amiga minha
minha amizade quero te dar
com ela vou te ajudar.
Conte-me o que tens?
Porque não podes me contar?

Se contares chorarei contigo.
Apenas chorarei,
pois agora me lembrei
da incapacidade da amizade.

Se contares o que tens,
sua dor não vou tirar.
As mãos atadas da amizade
não permitem consolar.
Dou-te meu ombro pra chorar.
Mas impotente,
não poderei solucionar,
o que te dói
e a faz soluçar.

Ana kelly Sampaio

sábado, 29 de setembro de 2012

Quando os meus sonhos durante a noite passam a ser tão importantes quanto a realidade do dia. Ou quando acordada, os meus sonhos são mais belos?

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Onde ela está?


       Já procuraram em todos os lugares, poucos conseguiram encontrá-la. Quantas guerras e milhares de mortes. O mundo inteiro já passou por momentos em que daria tudo para tê-la.
Enquanto grandes homens davam a sua vida em busca dela, outros continuavam a discriminar e humilhar as pessoas pela cor da pele.
Assaltos, sequestros e homicídios estão acontecendo nesse mesmo instante, onde ela está alguém pode nos falar?
Vamos procurar ela na lua, ou no fundo do mar, quem sabe ela está lá. Mas será que alguém se importa, talvez todos já desistiram de procurá-la.
Eu tenho um palpite... Procure ela no sorriso de uma criança inocente, procure também nos pássaros voando, ou nas nuvens passando, no silêncio, na canção, em Deus, algo me diz que vocês vão encontrar.
Mas tem uma forma mais fácil ainda, olhe para dentro de você, talvez ela esteja aí, bem no fundo do seu coração, e se ela estiver? Você é a única pessoa que pode saber, e se todo o mundo dependesse de você para encontrá-la?
Está curioso pra saber quem é? Ela é a paz, você conhece?

domingo, 22 de janeiro de 2012

Era uma vez


O rosto dela denuncia sua inocência, em suas fantasias, mergulha em um mundo surreal, nunca viu nada além da janela do seu quarto. Criando um mundo pessoal, vive afogada na felicidade que um dia será arrancada pela realidade. Ela se fecha no seu quarto e imerge nas histórias de um universo feliz para sempre.
Não conhecia a essência do ser humano generalizado, vivia em um lugar onde não tinha acesso a desumanidade. Ela nem imaginava que estava sendo treinada para enfrentar uma realidade cruel, mas em sua inocência percebemos que não está preparada para o susto que é viver de verdade. Como prepara alguem para a realidade do mundo? Muitos podem achar uma fatalidade, pobre menina indefesa, não tem culpa dos destroços mundanos. Ela precisa de proteção, mas digam o que nos protege do mundo? Digam a ela que o mundo não é perigoso, que não precisa temer, que está tudo bem.
Alguém precisa dizer a ela que não é proibido chorar nesse mundo, pois o choro é o que resta para a humanidade. Deixe ela observar o céu enquanto ainda é azul, mas não digam que ele não é sempre azul. Deixe ela ver as árvores, mas não de esperança de vê-las novamente. Deixe ela ouvir os passarinhos, mas abrace, quando ela não puder mais ouvi-los.
Quando ela gritar, não pergunte o que houve, é a realidade rasgando o seu coração, é o mundo lhe mostrando que ninguém está pra brincadeira, é o mundo fazendo a parte dele, deixe-a. E quando ela conhecer o amor, ah! Aí torça pra que ela ja esteja pronta pra suportar a força devastadora de um dos sentimentos mais afiados e intrigantes do mundo.

Era uma vez, uma menina descobrindo que os finais felizes ficaram lá, no baú da sua infância.